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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Ventos Uivantes

Nota do autor: Você pode ler este texto ao som de ''Transbordando - Paula Toller'' - Talvez a música dê a serenidade que este texto não possuí.

          Tudo começou meio sem querer, e de repente me deparei com um sentimento tão grande dentro de mim... Era algo que queimava e me consumia sem pestanejar, provocando ulcerações  irreversíveis em um coração que se encontrava completamente apertado num peito trancafiado por correntes, que não sabia de onde teriam se originado. Por vários momentos pensei em desistir de tudo, jogar no oceano toda e qualquer capacidade de sentir alguma coisa. Talvez, sem a presença de sentimentos, não me deparasse mais com a dor. Alegria, essa eu já não sabia da existência há tempos.
         Em todos os terríveis momentos que passei caminhando pela orla do que chamei de buraco negro das emoções, sempre me deparei com pessoas que enxergassem o erro que estava cometendo. Mesmo com a fragilidade das suas linhas de Nylon, essas pessoas faziam tudo o que podiam tentando num ato heroico salvar aquilo que ainda restava de mim, o que na maioria das vezes eram tentativas que se dissipavam ao vento, pelo simples fato de possuir em minha face uma tapa, que arrancaram de algum equino mais preparado para encarar os problemas ao seu redor.
         Jurei a mim mesmo que nunca mais alimentaria a escuridão na qual estava contido; foi em vão. A cada situação que me encontrasse sem saber o que fazer, lá estava ela, devorando os meus medos, a minha ansiedade; se nutrindo de todos os pensamentos ruins que tinha. Não demorava muito, até que ela transformasse tudo aquilo em desespero, vontade de fugir, de desaparecer; largar tudo aquilo que um dia me trouxe felicidade. Você talvez deva estar se perguntando: mas o que ela ganharia te roubando tudo isso ? Simplesmente, caro leitor, posso te dizer que a escuridão almeja tirar de você a última gota de esperança que um dia teve em continuar vivendo.




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